terça-feira, 8 de outubro de 2013

Neoclassicismo e Romantismo



NEOCLASSICISMO 

Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade europeia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

Principais características:

• retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-romanos;
• academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
• arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.



 
PINTURA

A pintura desse período foi inspirada principalmente na
escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana,
sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da
composição.
 
Características da pintura:

*Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.

*Exatidão nos contornos .

*Harmonia do colorido.

Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem
dúvida:  Jacques-Louis David
 
Foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções.

 Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat .


Zeus

Odalisca

Jean-Auguste-Dominique Ingres: (1780-1867)

Atuando na passagem do Neoclassicismo para o Romantismo. Foi um discípulo de David e em sua carreira encontrou grandes sucessos e grandes fracassos, mas é considerado hoje um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX. O pintor foi uma espécie de cronista visual da sociedade de seu tempo. Ingres acreditava que a tarefa primordial da arte era produzir quadros históricos. Ardoroso defensor da pureza das formas, ele afirmava, por exemplo, que desenhar uma linha perfeita era muito mais importante do que colorir. “A pincelada deve ser tão fina como a casca de uma cebola", repetia a seus alunos. Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade. Amante declarado da tradição. Ingres passou a vida brigando contra a vanguarda artística francesa representada pelo pintor romântico Eugène Delacroix, contudo foi Ingres, e não o retórico e inflamado Delacroix, o mais revolucionário dos dois. A modernidade de Ingres está justamente na visão distanciada que tinha de seus retratados, na recusa a produzir qualquer julgamento moral a respeito deles, numa época em que se consumava o processo de aliança entre a nobreza e a burguesia. O detalhismo também é uma das suas marcas registradas. Seus retratos são invariavelmente enriquecidos com mantos aveludados, rendas, flores e joias.






ROMANTISMO


Romantismo, também chamado de Romanticismo, foi um movimento artístico, político e filosófico que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX. Nas artes plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e o francês Eugène Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as emoções e os sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados pela Revolução Industrial. O Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.

As características principais deste período são:

*Valorização das emoções,

* Liberdade de criação e de expressão,

*Amor platônico,

*Temas religiosos,

*Tradições populares, Individualismo, egocentrismo,

*Nacionalismo e história

* Crítica social.
 
Goya, Theodore Géricault, Eugenè Delacroix.


Goya

Francisco José de Goya y Lucientes, mais conhecido
apenas por Francisco Goya, foi um importante pintor
espanhol da fase do Romantismo. Nasceu na cidade espanhola de Fuendetodos no dia 30 de março de 1746. Faleceu em Bordéus (França) em 15 de abril de 1828.

- Retratou vários temas em suas pinturas: paisagens, cenas
mitológicas, religião, imaginário, guerras, homens, mulheres,
deuses, demônios e feiticeiros.

- Comédia, sátira, tragédia e farsa eram recorrentes em suas obras.

- Suas obras de maior destaque foram pinturas a óleo.

- Com cores vivas e fortes, transmitiu em suas obras os diversos sentimentos humanos.





                           Fuzilamento de 3 de Maio

As vítimas formam três grupos: os que estão a espera de serem fuzilados e que veem com horror o que os espera, os que estão a ser fuzilados e os mortos. Os grupos veem-se da direita para esquerda. No quadro, Goya não esquece a igreja. Na primeira fileira das vítimas, ajoelhado, aparece um frei (voz da razão).

A religião teve um papel de destaque na contenda, chamando à resistência desde os altares e provendo aos resistentes de curas dispostos a empunhar as armas. 
 
A igreja opôs-se ferozmente a Napoleão, não tanto em defesa da liberdade, mas por ter este fechado dois terços dos conventos e suprimido a Inquisição.


Theodore Géricault

Um dos primeiros do romantismo, tendo extrema influencia
de Michelangelo. Pintava com poderosa emoção e dramaticidade, possuindo uma preocupação característica
de pintores românticos, diante de neuroses e desajustes das pessoas.

Um de seus quadros mais famosos é ‘A Jangada da
Medusa’, pintada em óleo sobre tela, ela retrata o naufrágio
do navio Medusa, que transportava colonos franceses. A
obra possui uma emotividade e realismo, que demonstram
claramente as sensações do grande acidente, um escândalo que a corte preferia esquecer.




Eugène Delacroix



-Um dos grandes representantes da pintura romântica
francesa.

-Nascido Ferdinand-Victor Eugène Delacroix a 26 de abril de
1798, no subúrbio parisiense de Saint-Maurice.

- Suas obras são marcadas pela grande expressão
cromática, simbolismo, sentimentalismo e refinamento.

- Abordou temas exóticos, religiosos, cotidianos, políticos e
históricos.

-O estilo artístico é parecido: cores fortes e cenas bem realistas onde os sentimentos estão sempre presentes.
 

                      A liberdade guiando o povo, Delacroix


  A Liberdade Guiando o Povo

A Liberdade Guiando o Povo é uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. 

Uma mulher representando a Liberdade guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mosquete. Delacroix retratou a Liberdade, tanto como figura alegórica de uma deusa como uma mulher robusta do povo, uma abordagem que os críticos contemporâneos denunciaram como "ignóbil". O monte de cadáveres atua como uma espécie de pedestal de onde a Liberdade passa descalça e com os seios nus, de lona e no espaço do espectador. O *barrete que ela usa simbolizou a liberdade durante a primeira Revolução Francesa, de 1789-1794. A pintura tem sido vista como um marco para o fim da Era do Iluminismo, assim como muitos estudiosos veem o fim da Revolução Francesa como o início da era romântica. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Delacroix.

A pintura inspirou a Estátua da Liberdade, em Nova York, que foi dado para os Estados Unidos como um presente dos franceses, 50 anos depois do quadro ter sido pintado. A estátua, que segura uma tocha na mão, tem uma posição mais estável, ao contrário da mulher na pintura.

Uma versão gravada desta pintura, junto com uma representação do próprio Delacroix, foi destaque na nota de 100 francos no início dos anos 90.
 



A pintura teve ainda influência na música clássica; o americano George Antheil intitulada na "Sinfonia n º 6 - After Delacroix", afirmou que o trabalho foi inspirado pelo quadro.

*O barrete frígio ou barrete da liberdade é uma espécie de touca ou carapuça, originariamente utilizada pelos moradores da Frígia (antiga região da Ásia Menor, onde hoje está situada à Turquia). Foi adotado, na cor vermelha, pelos republicanos franceses que lutaram pela tomada da Bastilha em1789, que culminou com a instalação da primeira república francesa em 1793. Por essa razão, tornou-se um forte símbolo do regime republicano.